Amanhã




“Volto amanhã.” As tuas palavras estão cravadas na minha mente. E repetem,
repetem, repetem.
Esperava que passassem horas antes de te voltar a ver. Mas passaram dias e não
tenho sinal de ti.
A tempestade dura há cinco dias. Levavas comida suficiente para um. E nem
mesmo as gaivotas se atrevem a voar rumo ao mar. Não sei como a tua pequena
traineira suportaria a chuva torrencial, o vento constante e as enormes vagas que vejo se
formarem ao longe, no alto mar.
“Não terás a oportunidade de sentir a minha falta.” Não fazias ideia do quão
errado estavas.
O mar é perigoso, incerto. E, ao contrário do que pensavas, é impossível
conhecê-lo.
“Amanhã”, é o que repito a mim mesma constantemente. E fico à espera. À espera
que a tempestade acalme. À espera que possas voltar do mar. À espera de receber
notícias do meu amor. E na esperança que ele volte são e salvo.
Talvez amanhã.

Rita Catarina Ramos Amador, Escola Secundária de Camões, 10ºE

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