Origem da Criatividade



Desde há muito que o conceito de criar ou inventar um objecto ou ideia de algo a partir do nada me fascinou, pelo simples facto de ser ou pelo menos aparentar ser impossível. À falta de melhores palavras atrever-me-ei a chamar de plena criatividade. Em primeiro lugar, julgo que é fácil de constatar a impossibilidade da criação de algo totalmente novo. No entanto, uma certa evolução, nomeadamente no ramo da arte, pode fazer parecer que tal facto não é de todo impossível, veremos o seguinte exemplo que, sendo trivial, pode ser um bom começo: No início, o conceito de arte pela parte de Aristóteles era de que esta era somente uma cópia daquilo que se observa. Porém, tal facto é já demasiado antiquado, ao ponto da arte englobar muito mais vertentes actualmente do que somente uma cópia. Passou a ser a visão do artista em relação ao mundo, ou então simplesmente o abstracto. Assim sendo, apesar de tudo, não estamos a criar do nada, porque mesmo os abstractos baseiam-se obrigatoriamente em alguma coisa (sentimentos, sonhos, desejos). Mas ainda que essa inspiração viesse do próprio vazio, criando algo baseado no nada já nos estamos a apoiar em algo (sendo neste caso nada, o apoio), e portanto não criámos do nada. Só posso concluir, portanto, o que já estava previsto: Ao Homem é impossível criar do nada. Que consequências isso tem? Bem, por um lado estamos fisicamente confinados ao espaço conceptual, o que nos leva a descartar a hipótese de sermos os mais inteligentes em todo o Universo, por outro induz que não fomos nós que nos auto-criámos nem ao que nos rodeia. Mas reitero que não é por isso que não temos muito a fazer, pois factualmente temos, e apesar de sermos ”bichos da terra”, devemos cuidar de resolver os nossos problemas - ainda que sempre em vista a algo maior do que nós - antes que a Terra se torne num local ermo e carente de algo tão imprescindível como a vida. De facto, e ressurgindo o tema, a chamada criatividade não pode ser nossa, porque nos limitamos a moldar o que vemos ou sentimos, mas, porventura, e talvez seja um tiro no escuro, pertence de forma plena a alguém superior que em tempos remotos teve a ideia brilhante de ser, enfim, Criativo. O próximo passo não pode continuar a ser meramente físico, mas envolve uma componente metafísica e espiritual. Por essa razão deixo ficar por aqui, pois temo tergiversar ou de uma alguma forma claudicar, naquilo que teria de ser uma complexa tese. Em suma, uma ideia pacata acabou por dar pretexto e cor a uma interminável continuação de algo que se prende com a nossa origem, mas suponho também com a nossa forma de pensar e de agir, nomeadamente de acabar com a letargia e pôr, finalmente, mãos à obra, por um exaustivo e culminante Novo Mundo, o “Quinto Império”…


Tiago Esteves,Escola Secundária de Camões, 12ºD

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