Poema que não é




Poeta que é sem o ser,
que escreve poesia sem o saber,
apenas por escrever.

Poeta que é sem o ser,
num caderno de rabiscos,
pitorescos chuviscos de letras,
palavras,
apenas por palavrear.

Poeta que é sem saber,
poeta num momento,
palavra que soletra bem lento,
apenas por aborrecimento.

Pela força de esquecer,
escreve o poeta, daquilo que sabe,
escreve, mas não exibe.
Sofre,
apenas por sofrer.
Poeta que somente escreve.

Numa mão a caneta,
na outra, um pensamento.
Poeta sem fama,
Poema de passatempo.
Assim,
E num rascunho somente,
um momento de pensamento
Numa força de expressão, convém:
Poeta que não é,
Poeta de ninguém.

Gonçalo Gomes, Escola Secundária de Camões, 12ºD

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