A Maldita Inspiração




Quantas vezes me terei sentado em frente a um computador e, enquanto as minhas mãos repousavam sobre as teclas, terei pensado “O que é que vou escrever?”? Quantas vezes terei pegado num lápis e aberto um caderno, decidida a preenchê-lo com os meus pensamentos, e acabado com uma folha em branco? A resposta, na realidade, é que foram as suficientes para entender que este processo não funcionava.
Tudo isto é culpa da tão desejada inspiração. Na minha opinião, a inspiração é como algumas mulheres: exigente, inconveniente e, mesmo assim, um amor. Picasso uma vez disse que «A inspiração existe, mas tem de te encontrar a trabalhar». Bem, não sei como era com Picasso, mas comigo, quanto mais eu quero alguma inspiração, menos ela vem. Provavelmente tem de vir de muito longe e por uma auto-estrada cheia de trânsito, já que normalmente aparece quando já desisti completamente da ideia de escrever seja o que for.
Na verdade, estou plenamente convencida de que a inspiração gosta de brincar com as nossas caras. Com certeza que não é um acto de simpatia apenas dar ar de sua graça quando estamos nas nossas camas, prestes a adormecer, ou numa sala de aula, a tentar entender um conceito de química ou geografia, sem podermos escrever tudo o que ela bondosamente nos diz.
Digo “tudo o que ela bondosamente nos diz” porque é precisamente isso que acontece. Nós, meros mortais, esperamos desejosamente que a inspiração nos diga a frase ideal para completar aquele parágrafo, ou a ideia perfeita para aquela composição, ou a conclusão maravilhosa para aquele texto. O problema é que, como já mencionei anteriormente, a inspiração tem um péssimo timing.
Enquanto escrevia este texto, já me levantei três vezes e fui fazer outras actividades. Quando estava perto de as acabar, lá vinha a inspiração, e eu corria de volta para o computador, com medo de me esquecer do belo raciocínio que tinha acabado de se formar.
Portanto, basicamente, este é o meu processo: aguardar pela inspiração. Não me sento em frente ao computador nem pego numa caneta enquanto não tenho uma ideia. Apenas a mantenho a “cozinhar” dentro da minha cabeça, enquanto espero que a inspiração decida dispensar um pouco do seu precioso tempo para me ajudar. E depois é só tentar mantê-la por perto.


Joana Coelho Santos, Escola Secundária de Camões,10ºD

Comentários

Bárbara disse…
Muito bom Joana, adorei!! :)
Anónimo disse…
Uoooou, é mesmo isso :o
Está muito bom, excelente. Valeu a pena esperares pela inspiração ;)

Raquel Reynaud, 10ºE

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