Música



            Eu acredito na música. Não acredito em filósofos gregos nem em cientistas, muito menos em economistas ou políticos. Não confio em testes nem em teorias, nem tão pouco em conselhos e promessas. Não acredito na Bíblia nem em filmes americanos. Eu acredito na música.
            Acredito na discografia dos Pink Floyd, acredito na voz da Amy Winehouse e na irreverência do Kurt Cobain. Acredito no espírito do Eddie Vedder, nas letras dos Led Zeppelin e nas convicções dos Sex Pistols.
            Tenho a certeza de que ninguém aprendeu o que eram emoções e sentimentos num livro da escola, nem em nenhuma revista, nem através de um discurso político.
            No entanto, acredito que tenham sentido amor, raiva, tristeza, mágoa, saudade ou paixão ao ouvir uma música. E, quando estavam triste e magoados, quem esteve lá para eles? Um psicólogo, um padre, uma mãe? Acredito que, em vez de terem sequer pensado em pedir ajuda a qualquer uma dessas pessoas, tenham ligado o rádio e encontrado algum conforto nos Beatles ou tenham dançado ao som dos Joy Division. Até mesmo quando deram o seu primeiro beijo e viveram o seu primeiro amor, estou convicta de que chegaram a casa e puseram Guns N´Roses a tocar e, mais tarde, dançaram U2 ou The Rolling Stones no seu casamento.
            Já todos nos arrepiámos com uma voz magnífica ou com um potente solo de guitarra. Isso pode ser diferente de beijar ou namorado ou abraçar uma mãe, mas é amor.
            A música não vai a lado nenhum e vai a todo o lado.
            A música é eterna.



Mariana Negrão, 11.º H

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