A paz da confusão
Naquela tarde, estava aqui, sentada no meio desta longa e fria estrada. O céu estava nublado, tão abafado e tão pesado, parecia, de algum modo, que o meu pensamento voava perdidamente, longe de mim e longe da realidade.
Olhava em frente, os carros buzinavam-me, as pessoas gritavam-me, mas eu apenas assistia ao lento silêncio em atuação. Era espetacular, o avião descia para o horizonte até desaparecer, as gaivotas voavam em direção do mar, parecia que iam encontrar-se, mas claro que na realidade a distância entre eles é, quase, infinita.
Os batimentos fortes do coração fizeram-me regressar da imaginação; à minha volta as pessoas paravam, elas questionavam-me, elas puxavam-me, umas pareciam preocupadas, outras apenas observavam. Não me conseguia mover, nem produzir uma única palavra, apenas ouvia os irregulares e instáveis batimentos cardíacos, faziam-me notar cada vez mais longe desta sociedade fria e cruel.
Estranhamente, sentia-me aliviada, toda a minha alma parecia mergulhar pacificamente na paz, na brancura e, na felicidade. Os olhos fechavam lentamente, via-me a cair, sempre no mesmo ritmo, cada vez mais fundo, e desta, a última vez, sentia de facto o silêncio.
Qingqing Liu, 12.º K
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