Onde é a casa?
Eu virava, desenfreada,
as ruas de Berlim.
Desorientada, procurava a minha casa.
A minha casa fica em Lisboa.
E quem te ensinou que o dinheiro é tudo?
Que a nota suja vale mais que tu e eu?
Alguém te enganou.
A nota suja vale tanto como tu e eu.
Não vale nada.
Nada vale nada.
E eu nado e tu nadas,
nas ruas de Berlim, Lisboa.
E o sinal vermelho vivo,
O sangue dos inocentes desenfreados,
aponta o caminho para casa.
Eu nunca chegarei a casa.
Três bruxas sentadas no telhado
observam, grisalhas,
quem nada no tanque,
no Oceano Atlântico.
Três magos deitados
na relva, constatam
a ignorância dos muros
e das notas sujas.
Muros de notas
e oceanos de ignorância.
E tu e eu desorientados.
Nós nunca chegaremos a casa.
Clara Lopes, 12.º J
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