CRIAÇÃO E ARTE




Escreve como se ninguém alguma vez fosse ler. Pinta como se ninguém alguma vez fosse ver. Dança como se ninguém alguma vez fosse observar. Molda as ideias como se ninguém alguma vez fosse sentir.
Penso que apenas, quando criamos algo sem querer que alguém o veja, é que conseguimos realmente criar. Fazer alguma coisa com o intuito de querer ser apreciado ou reconhecido nunca poderá chegar a ser chamado de arte ou obra-prima. A isso chama-se “trabalhar”, e nem é trabalhar por prazer próprio. Quando um escritor escreve ou um pintor pinta, é apenas com o desejo de criar algo a que possa chamar de ideias palpáveis, isto é, tirou das profundezas do seu pensamento algo que andou a imaginar já há muito, pondo isso em algo que poderá ler e/ou observar mais tarde e revisitar a sensação e sentimento que isso lhe provocou outrora. É assim que se cria arte, algo que é suposto fazer-nos viajar no pensamento, algo que nos faz sentir coisas que nunca iríamos sentir, algo que nos expõe situações imagináveis. Conseguir criar arte a qualquer momento e em qualquer lugar/contexto é o maior talento que qualquer tipo de artista possa ter...
Tal como um barco que navega por mares desconhecidos, a criação nem sempre poderá chegar ao destino pretendido (neste caso, a ser aquilo a que se chama arte), mas isso não faz com que a sua viagem seja menos maravilhosa. Por vezes, um surto de criatividade apenas nos pode chegar, quando estamos sozinhos, a fazer o nosso próprio caminho... Nos momentos em que nos queremos esconder, basta-nos pegar num papel, caneta ou pincel, e começar a criar...!

Alexandra Monteiro, 12.º J


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