Divagação sobre ti...





  Os meus sobressaltos incomodam-te e os teus silêncios intrigam-me. Dizes-me que nada se passa. Eu finjo acreditar. Por vezes embarcas até numa espiral de desatinos constantes. Como se quisesses à força tornar a ser criança. Como se quisesses tu próprio acreditar nas tuas palavras. Então desespero.
  De todas as vezes que olhei para ti quis respostas. Tu achas que eu falo e questiono demais, mas pergunto-me o que dirias se me ouvisses pensar. Provavelmente desatinarias novamente. Nesse teu mundo não entram perdas de tempo, como lhes chamas.
  Acho que tenho medo que te restem perguntas sobre mim, que os nossos mundos se revelem tão distintos que não possamos intersetá-los. Nesse caso, eu compenso o que tu escondes.
  Mas se soubesses, se soubesses que quando não falas eu sei, eu sinto, eu ouço, e que isso é, de tudo, o que mais tranquilidade me dá, e o que mais me transtorna.
  Tu ensinas-me que nem tudo tem que ser dito ou explicado. Logo eu que tão incessantemente procuro significados para tudo. Mas de que outra forma poderia controlar tanta incongruência?
  Uma coisa eu sei, mesmo com tantos porquês e tantas diferenças evidentes, tu soas-me a casa e trazes-me segurança. Eu vejo-me em ti. E só tu, apenas tu, poderias ter conseguido isso.



Inês Raquel Silva, 12.º H

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