Música e junho

Era daquilo que ela se alimentava. Naquele ambiente, naquela música festiva, naquele espaço único que só existia de vez em quando. As festas pareciam-lhe infinitas e davam-lhe vontade de dançar, mesmo sem ela perceber bem como o fazer.

Havia um tempo em que era só isso que bastava para a fazer feliz, para lhe dar a motivação que tanto lhe faltava. Entrava naquela sala e sabia que, assim que a música começasse, ela saberia o que fazer, podia libertar-se de tudo e ser livre.

Não havia espaço para a dor, para a tristeza e para a solidão. Eram momentos de alegria e de espontaneidade pura, que só a faziam querer espalhar toda essa boa energia.

Eram essas as noites de que te falava, eram esses os dias de junho que davam sentido a todo o ano.  

 

Catarina Quintas, 12.º K