Divagação sobre ti...
Os
meus sobressaltos incomodam-te e os teus silêncios intrigam-me. Dizes-me que
nada se passa. Eu finjo acreditar. Por vezes embarcas até numa espiral de
desatinos constantes. Como se quisesses à força tornar a ser criança. Como se
quisesses tu próprio acreditar nas tuas palavras. Então desespero.
De todas as vezes que olhei para ti quis
respostas. Tu achas que eu falo e questiono demais, mas pergunto-me o que
dirias se me ouvisses pensar. Provavelmente desatinarias novamente. Nesse teu
mundo não entram perdas de tempo, como lhes chamas.
Acho que tenho medo que te restem perguntas
sobre mim, que os nossos mundos se revelem tão distintos que não possamos
intersetá-los. Nesse caso, eu compenso o que tu escondes.
Mas se soubesses, se soubesses que quando não
falas eu sei, eu sinto, eu ouço, e que isso é, de tudo, o que mais
tranquilidade me dá, e o que mais me transtorna.
Tu ensinas-me que nem tudo tem que ser dito
ou explicado. Logo eu que tão incessantemente procuro significados para tudo.
Mas de que outra forma poderia controlar tanta incongruência?
Uma coisa eu sei, mesmo com tantos porquês e
tantas diferenças evidentes, tu soas-me a casa e trazes-me segurança. Eu
vejo-me em ti. E só tu, apenas tu, poderias ter conseguido isso.
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